textos

Não espero para sempre

21:00

Tenho de aprender a desprender-me de quem não me sabe amarrar ao coração.
Largar quem não me dá razão e muito menos me preenche.
Palavras são bonitas na folha de papel mas as atitudes e os comportamentos são o que eu dou mais valor, são como o ar que preciso para respirar. Preciso dessas ações a que me possa agarrar.
Coração partido que sofre sozinho, porque espera por quem não se interessa.
É uma necessidade que me dês a mão e que nela me entregues o que de mais valor tens, o teu coração.
Entrega-me o todo de ti e receberás o dobro de mim.
Sinto a inseguranças nas entranhas, numa espiral que me consome em direção às incertezas e que me faz afundar no profundo e frio vazio. Sinto o peso das marcas que carrego, das feridas abertas que ainda ardem em pensamento e que foram feitas pelo partir do coração.
Existe um tic toc constante do relógio que me faz ter noção do tempo e da realidade, tira-me a racionalidade e traz a loucura ao peito.
A verdade, é que preciso que tenhas a plena consciência que não estarei para sempre no mesmo sítio, nem vou esperar sabendo que o tempo avança a passos largos e se esgota em grandes pedaços. Ainda que te tenha marcado no coração, às vezes o melhor é seguir a razão.
Sente-se nos pés descalços, no piso gelado, a velocidade veloz a que corre o tempo.
Vem correr comigo, onde nas fronteiras do infinito se estende a emoção.
Necessito que repitas comigo, uma e outra vez, num ciclo onde os dados estão viciados e trocadas estão as cartas do baralho. Preciso que paremos nas paragens que a vida nos impõe para depois apanhar o comboio que nos leva aos corações e que viajemos na noite lado a lado e de dia num só passo.
Se entrares e decidires ficar na minha vida, vem de coração aberto, cheio e pronto para te perderes nos esquemas e labirintos só meus. Que venhas, para eu te amarrar ao meu coração assim como espero que faças o mesmo com o teu.
Preciso. Necessito. Mas cuidado… eu não espero para sempre.

rapariga na rua

textos

Fala-me de Amor...

17:30

Fala-me de amor. Não daquele que vejo passar, diariamente, em modo repetição nas novelas, séries e filmes ou daquele que se desdobra e se revela em letras num livro. Não do tipo de amor que se ouve nas músicas que passam nas rádios ou nos telemóveis. Não quero o amor que se diz sentir ou que se diz viver.
Fala-me, sim, do amor na sua verdadeira essência. Aquele que nasce e envelhece, nunca perdendo a sua força, o seu magnetismo, a sua intensidade e que segue de forma constante, trazendo consistência e aquele em que o toque das peles são choques elétricos que provocam arrepios na alma.
Amor que se conecta em laços, olhares cruzados e em toques conhecidos. Amor conectado que liga o coração à razão.
O tipo de amor que faz parecer que estamos a morrer por tal. Um coração que bate descontrolado de emoção e a queda iminente no abismo que se abre constantemente, perante nós. A ansiedade sentida no nó que se forma na barriga e que nos faz cometer loucuras e pequenos vícios.
Pequenos vícios do grande vício que é o amor.
Fala-me desta sensação. A sensação de não caminhar só e de só querer caminhar, lado a lado, de mãos entrelaçadas. A segurança, a liberdade e a felicidade, em sintonia numa melodia perfeita.
Dizem que cura marcas e que apazigua a dor das cicatrizes deixadas pelas feridas.
Ouvi dizer que leva para longe a solidão e que preenche, em brisas suaves, como carícias eternas, o vazio do coração.
Pensamentos profundos em noites frias que levam a silêncios absolutos nos dias. E é no silêncio de dois corpos que se estende a compreensão.
Fala-me como é alguém olhar para ti, despir-te a mente e transformar-te num livro aberto.
Diz-me como é ser a metade da vida de alguém. Como é dois corações entrarem em colapso e tornarem-se um só. Como é que metades incompletas se completam?
Não quero o amor perfeito. Quero sentir o amor real e vivê-lo.
Não me fales de amor. Mostra-me.

casal a sorrir

textos

Liberdade

15:30

Sabem...
Existe uma sensação refrescante quando abrimos uma janela, sentindo o vento a acariciar-nos o rosto e a causar uma revolução nos cabelos, despenteando-os e libertando as pontas.
Quando sentimos os pés tocarem o solo que se estende por debaixo de nós, a areia da praia deslizando, em movimentos suaves, pelos dedos dos pés, o chão gelado que nos faz arrepiar a alma e a sensação de caminhar descalço em todo o lugar e em lugar algum.
Aquele momento em que as gotas de água nos caem sobre os ombros e escorregam pelos contornos imperfeitos do corpo, levando consigo a maior parte das preocupações. O mesmo momento em que respiramos profundamente e absorvemos o cheiro das flores e elas nos retribuem com o cheiro para a vida.
A ardência inigualável que escorre pela garganta e nos reconforta o peito, sensação que encontramos na bebida quente num dia de inverno ou na bebida gelada que causa alívio num dia de verão.
A emoção sentida na mais pequena célula e que nos faz estremecer. A realidade de quando rimos com sinceridade.
Aqueles minutos em que congelamos o tempo, fechamos os olhos e nos tornamos esponjas a absorver o mais ínfimo detalhe e as mais pequenas coisas da vida.
Quando sentimos que estamos realmente bem e deixamos de viver nas sombras, encarando o medo, permitimo-nos viver e sentir realmente.
Existe uma sensação única que liga a emoção à razão e que aquece o coração, deixando-o dançar e fazendo o corpo rodopiar. Essa sensação sente-se nas terminações nervosas de cada um de nós.
Sabem… chama-se liberdade e é a expressão mais bonita da verdade.


rapariga de braços abertos a ver o mar

Leitores

Blogs de Portugal

Número total de visualizações de páginas