Tenho de aprender a desprender-me de quem não me sabe
amarrar ao coração.
Largar quem não me dá razão e muito menos me preenche.
Palavras são bonitas na folha de papel mas as atitudes e os
comportamentos são o que eu dou mais valor, são como o ar que preciso para
respirar. Preciso dessas ações a que me possa agarrar.
Coração partido que sofre sozinho, porque espera por quem
não se interessa.
É uma necessidade que me dês a mão e que nela me entregues o
que de mais valor tens, o teu coração.
Entrega-me o todo de ti e receberás o dobro de mim.
Sinto a inseguranças nas entranhas, numa espiral que me
consome em direção às incertezas e que me faz afundar no profundo e frio
vazio. Sinto o peso das marcas que carrego, das feridas abertas que ainda ardem
em pensamento e que foram feitas pelo partir do coração.
Existe um tic toc constante do relógio que me faz ter noção
do tempo e da realidade, tira-me a racionalidade e traz a loucura ao peito.
A verdade, é que preciso que tenhas a plena consciência que
não estarei para sempre no mesmo sítio, nem vou esperar sabendo que o tempo
avança a passos largos e se esgota em grandes pedaços. Ainda que te tenha
marcado no coração, às vezes o melhor é seguir a razão.
Sente-se nos pés descalços, no piso gelado, a velocidade
veloz a que corre o tempo.
Vem correr comigo, onde nas fronteiras do infinito se
estende a emoção.
Necessito que repitas comigo, uma e outra vez, num ciclo onde
os dados estão viciados e trocadas estão as cartas do baralho. Preciso que
paremos nas paragens que a vida nos impõe para depois apanhar o comboio que nos
leva aos corações e que viajemos na noite lado a lado e de dia num só passo.
Se entrares e decidires ficar na minha vida, vem de coração
aberto, cheio e pronto para te perderes nos esquemas e labirintos só meus. Que
venhas, para eu te amarrar ao meu coração assim como espero que faças o mesmo com
o teu.
Preciso. Necessito. Mas cuidado… eu não espero para sempre.